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Dicas de Como Escrever uma História - A Ideia

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 30 de mar. de 2016
  • 6 min de leitura

As dicas postadas nesse blog também estão no Wattpad nesse link.

Depois que anunciei que faria um blog, a coisa que mais me pediram foi para fazer posts dando dicas de como escrever. Nunca estudei nada desse tipo, acho que li menos livros na minha vida do que todos que já visitaram esse blog e ainda me formei em um curso muito pouco teórico. Mas ainda assim gostaria de poder ajudar como der. Só deixo avisado que nunca li nada sobre dicas de como escrever e que tudo que eu sei e que falarei aqui vem das minhas próprias experiências. Ou seja, esse guia vai ser mais ou menos um jeito de convidar vocês a entenderem o meu método. Normalmente, quando vou começar a escrever, já tenho uma ideia na minha cabeça. Mas talvez você tenha uma vontade de escrever sem ideia alguma. Então vamos começar do começo. Algumas pessoas são naturalmente criativas. Bom para elas! Se você não é assim, se tem algum problema em ter ideias, das mais simples, existem vários jeitos que você pode usar para provocar a sua imaginação. O mais simples é lendo outros livros, procurando exemplares que são mais ou menos no mesmo gênero que você quer escrever, ver o que tem já nas livrarias e - ao mesmo tempo que se certificando de que não escreverá a mesma coisa - pensar em algo que você acha que poderia ser melhor. Por exemplo, eu comecei a escrever o Diário de uma Princesa Escondida quando li A Seleção. Nada contra o livro da Kiera Cass, mas ele me deu vontade de escrever a minha própria história. Queria a realeza, queria escever sobre alguém nesse meio. Mas também queria mudar muita coisa. Preferia que fosse nos dias de hoje, sem distopia, sem castas. Queria uma princesa que realmente gostasse de ser princesa, que fosse um pouco mais independente e até mais mimada, sem ser arrogante. É para o mesmo público, o mesmo gênero, mas está bem longe de ser a mesma história. Se livros não funcionam para você, eu também gosto de buscar inspiração em séries. E, mais ainda, no cinema. Não sou a maior fã de filmes no mundo (como sou, por exemplo, para séries). Mas o cinema tem um clima, uma sensação que me coloca dentro da história e me faz sair de lá praticamente palpitando. Mesmo que eu não queira escrever sobre o mesmo gênero, qualquer filme no cinema me dá vontade de chegar em casa, sentar na frente do computador e começar uma história nova. Agora, se faz muito tempo que você está querendo escrever e ainda não chegou a lugar nenhum, ainda não tem a menor ideia sobre o que falar, escreva sobre você. Uma vez, ouvi falar que você sempre deve escrever sobre o que conhece. Tá, não sou exatamente uma princesa de um país inventado no meio da Europa. Mas escrevi toda a saga da Elisa em forma de diário, porque eu escrevo em um diário. E se você ainda não teve uma ideia brilhante de um bruxo na Inglaterra, comece devagar. Comece por você. Muitos escritores escreveram a vida inteira sobre eles mesmo. Com nomes diferentes para os personagens baseados nele, Kerouac só escreveu sobre a sua própria vida. E você também pode. Senão como carreira, pelo menos no começo. Sente-se para escrever e digite o que vier à cabeça. Sobre alguma coisa que aconteceu com você ou simplesmente sobre o que estiver pensando no momento, o que estiver te incomodando ou agradando enquanto escreve. Daí, você pode continuar com um diário, ou começar a inventar coisas aqui e ali, até a história já não ser sobre você, mas sobre um personagem bastante parecido. Se você tem a ideia, ótimo. O segundo passo é desenvolvê-la. E não digo escrevendo. Já chegamos lá. Primeiro, você precisa desenvolver como vai acontecer, para depois começá-la. Eu pessoalmente gosto de ter todo um esquema, do começo ao fim, antes de escrever algum capítulo. Às vezes, escrevo o primeiro antes, mas não avanço até saber como vai acabar. Ou, pelo menos, como vai chegar no grande problema a ser solucionado. De vez em quando, é bom deixar a resolução para quando você chegar até ela. Mas o fato é que nunca deve-se escrever uma história sem pensar antes no que vai acontecer durante. Se você for desenvolvendo sem saber para onde está indo, o caminho será bem mais incerto. Você poderá perder tempo com coisas que não renderão nada e acabar não explorando aquelas que virarem as mais importantes. É bom saber aonde você vai acabar, para dar dicas sutis desde o começo, para desenvolver seu personagem devagar, para ser um caminho, não previsível, mas lógico. Você também não quer chegar ao final e ter as pessoas se perguntando o que é que deu na sua cabeça para você fazer aquilo, quer? Uma história precisa de um começo, da base, aonde você apresenta os personagens principais e mostra de onde eles vem, quem eles são. A ideia é sempre desenvolvê-los durante o livro, então você precisa de um ponto de partida. Normalmente, ele não dura muito. Como na Rainha Vermelha, nós passamos pouquíssimos capítulos conhecendo a vila dela. E na Seleção, ainda menos conhecendo a vida da America antes de ela ir pro castelo, nada antes de saber da Seleção. Mas é o suficiente. Você tem a missão de estabelecer a base da história no começo com poucos capítulos, alguns parágrafos e várias palavras-chave. Depois de já ter mostrado de onde você está saindo, precisa começar a introduzir os acontecimentos, as mudanças, essas coisas. Normalmente, devagar. É aqui que você prepara seu personagem para chegar ao clímax, ao grande problema que precisará ser solucionado. Dependendo da sua história, essa parte pode ficar grande e você precisa ter certeza de não deixá-la monótona. Se está falando de alguém que está mudando, de um personagem jogado em um ambiente que não é dele, aproveite para mostrar as diferenças, para colocar o que ele vai aprendendo devagar, para retomar um pouco da base dele, mas de um jeito a indicar que aquele já não é ele. O clímax, ao grande problema a ser solucionado, é o ponto alto da sua história. Mesmo que tudo que tenha acontecido antes tenha sido incrivelmente interessante, é por esse momento que todos os leitores estarão esperando. Guarde suas grandes ideias para ele, porque é quando o personagem será colocado à prova, quando terá que mostrar quem ele se tornou. A solução vem de você. Eu prefiro escrever até como será solucionado antes no meu esquema, mesmo que só o grosso para depois detalhar. Prefiro pensar antes, porque gosto de decidir como será o final depois. Só se certifique de que a solução tenha o peso de todo o clímax. Não crie um problema enorme para ser vencido em cinco segundos por algo idiota. Precisa ser no mesmo nível, senão acima. E tenha certeza de não deixar pontas soltas ou margem para os leitores questionarem a veracidade de tudo. Eu mesma faço assim: quando planejo o problema, ou até mesmo quando chego a ele, tento ver de fora. E, principalmente, procuro problemas. Questiono. Uso bastante 'e se'. Ou até mesmo 'porque não'. Você precisa ter certeza de que já testou todas as teorias possíveis para o clímax e a solução na sua cabeça, que já as esgotou e que tem uma resposta pronta para todas. Ah, mas as respostas tem que estar na história e não na sua cabeça. O livro sempre precisa falar por si só, ser inteiro sozinho. Você tem até a última frase para cobrir todos os buracos que possam encontrar. Alguns autores gostam de terminar o livro no ponto alto. Isso pode funcionar para dois casos: primeiro, se você está pensando em fazer uma saga e quer que as pessoas fiquem loucas para saberem como vai continuar no próximo; e segundo, quando tudo já está realmente solucionado e um simples epílogo vai satisfazer. Não termine no clímax se é o último livro e você ainda deixou pontas soltas, por mais que deixe tudo mais emocionante. Um leitor que passou pelo grande problema vai ler mais alguns capítulos felizes e calmos para entender como tudo acabou. Aliás, ele vai adorar os últimos momentos para respirar e não vai se decepcionar de jeito algum. Seria um modo bom de fechar. Agora, se já deixou tudo fechadinho e quer, sim, acabar no momento mais emocionante, vá em frente. Só escreva mais um epílogo curto para nos garantir que tudo terminou bem mesmo. Uma vez que você tem a ideia e o esquema, pode começar a escrever! Saiba que muita coisa muda enquanto você está escrevendo. Estava pensando em fazer o personagem odiar tal coisa e ir contra tal pessoa, mas chega na hora planejada e você percebe que ele já não é mais daquele jeito, que não faz sentido, então você muda o rumo. Faz parte. E muitas vezes não muda completamente seu esquema. Mas se mudar, então comece outra vez. Planeje de novo o final, veja o que vai ser diferente de agora em diante. Os planos que você faz antes de escrever são feitos para te guiar e não te prender. Não se sinta nunca obrigado a acompanhar o que escreveu antes, ainda mais quando está já dentro da história e se sente no personagem. Só aproveite do esquema para manter os pés no chão e ter o mínimo de controle do que está fazendo. Na próxima dica, vou falar de personagens. É praticamente impossível ter uma ideia completa sem saber quem serão seus personagens. E, na minha opinião, eles são a parte mais importante de qualquer narrativa. Mesmo sem ter muita história, se você tiver protagonistas apaixonantes, ninguém vai se importar. É também a minha parte preferida, então fiquem atentos! Espero que tenha ajudado. Qualquer dúvida, é só deixar um comentário!

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