RESENHA: Jogador Número 1 (Cline, Ernest)
- Laura Machado
- 5 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Sinopse:
Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade. Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna. Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em Oasis. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época que o mundo era um bom lugar para viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência.
O QUE EU ACHEI:
Se alguém te falar que para gostar desse livro, é preciso entender as referências dos anos oitenta, estão mentindo. Eu nasci em 91 e, vai saber por quê, nunca tive muito interesse pela década de oitenta, apesar do meu filme e música favoritos serem dela. De todas as referências do livro, só entendi mesmo a do DeLorean, por causa do De Volta para o Futuro ser o amor da minha vida, do Dungeons and Dragons e a da Ms. Pac Man. Todo o resto para mim foi novidade, e ainda assim consegui amar a história praticamente do começo ao fim.

Na verdade, tenho duas críticas para o livro. A primeira é que tem referências demais mesmo. Acho que o autor estava tentando fazer homenagem a tanta coisa, que passou um pouco do limite. Mas talvez esse número de informações não teria sido tão esmagador se não viesse com tantas explicações sempre, o que é minha segundo crítica. Infelizmente, dá para ver desde o começo do livro que o autor usa muito de explicações na sua narração. E não é só na hora de dizer de que ano e para qual função etc o jogo que ele mencionou é, mas em muitas das ações mesmo. Todas as melhores partes do livro são as mais presenciais e que têm um tom mais de prosa do que de uma história repassada por terceiros. Por causa disso, o ritmo do livro cai um pouco em algumas partes, o que eu consegui superar e impedir de me desanimar, já que li rápido e só parava quando estava no meio de uma parte emocionante. Essa é uma mania minha, de sempre parar de ler só quando algo importante está acontecendo e estou realmente animada para continuar, que aí fica bem difícil desanimar. Quem tiver menos tempo para ler e for obrigado a ler de pouco em pouco vai sentir mais essa quebra no ritmo e esse excesso de informações. Só tenho uma coisa a dizer a quem desanimar: continue, porque o final é ótimo!

Aliás, o livro é dividido em três partes e a terceira é de longe a melhor. Simplesmente amei o clímax, amei a resolução e admiro muito o autor por ter conseguido criar um final que fosse aumentando mesmo o nível, como em jogos de videogame, sem parecer forçado ou exagerado. O enredo da história e seu desenvolvimento, aliás, são impecáveis, o que definitivamente vai me fazer dar uma chance para outros livros do autor. Sem contar com o apego que criei pelos personagens, que não é das coisas mais frequentes para mim. Estou extremamente feliz de ter decidido ler este livro, que me surpreendeu completamente e foi divertido do começo ao fim. Apesar das minhas críticas, me apaixonei completamente pela história e pelos personagens e senti desde antes da página cem que ele entraria na minha lista de favoritos. E é por isso que dei nota cinco. Os pequenos defeitos não importam quando a história é tão incrível e bem desenvolvida quanto a desse livro. Ele conseguiu fazer com que eu, uma pessoa que só jogou uns cinco jogos de videogame e um RPG na vida, mergulhasse completamente na história e me divertisse como se tivesse crescido nos anos oitenta. Simplesmente amei.
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