RESENHA: Wayfarer (Bracken, Alexandra)
- Laura Machado
- 2 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Sinopse:
All Etta Spencer wanted was to make her violin debut when she was thrust into a treacherous world where the struggle for power could alter history. After losing the one thing that would have allowed her to protect the Timeline, and the one person worth fighting for, Etta awakens alone in an unknown place and time, exposed to the threat of the two groups who would rather see her dead than succeed. When help arrives, it comes from the last person Etta ever expectedJulian Ironwood, the Grand Masters heir who has long been presumed dead, and whose dangerous alliance with a man from Ettas past could put them both at risk. Meanwhile, Nicholas and Sophia are racing through time in order to locate Etta and the missing astrolabe with Ironwood travelers hot on their trail. They cross paths with a mercenary-for-hire, a cheeky girl named Li Min who quickly develops a flirtation with Sophia. But as the three of them attempt to evade their pursuers, Nicholas soon realizes that one of his companions may have ulterior motives. As Etta and Nicholas fight to make their way back to one another, from Imperial Russia to the Vatican catacombs, time is rapidly shifting and changing into something unrecognizable and might just run out on both of them.
O QUE EU ACHEI:
É bem chato pensar no quanto eu gostei do primeiro livro e de todas as qualidades desse que ainda tenho que elogiar, já que não poderia dar mais do que 3,5 estrelas para ele. Passenger é um dos meus favoritos e, apesar de ter visto tantas resenhas negativas para essa sequência, esperava que fosse dar pelo menos quatro estrelas. Por quase todo o livro, era bem essa nota que queria dar, mas, afinal, seus defeitos são graves o bastante para eu não conseguir dar a ele uma nota tão próxima da que dei ao primeiro.

Antes de mais nada, preciso elogiar o que merece, em especial, os personagens. É incrível como a autora constrói e desenvolve todos eles muito bem, sem estereótipos, com profundidade, diversidade e uma interação linda de ver. Além deles, a escrita dela é um dos pontos altos, tanto por conseguir se diferenciar entre as narrativas de um jeito genial para cada um, tanto por uma prosa tão bonita e realista ao mesmo tempo, que dava para marcar milhares de passagens nesse livro. Por último, tenho que admitir que o enredo não se tornou uma grande espera, teve acontecimentos e dificuldades para cada personagem ultrapassar, além de situações e épocas interessantes nas viagens no tempo. Mesmo assim, a questão de viagem no tempo se enrolou nesse livro, precisando de milhares de explicações no começo, que não ajudaram em nada a deixar o livro mais fluido e dinâmico. Depois de tudo que elogiei, é surpreendente, da pior maneira possível, pensar no quanto foi difícil ler este livro, no quanto ele foi arrastado, empacado e sofrido. A autora escreve muito bem, mas falta alguma coisa na escrita dela que a deixa como se cada linha fosse um obstáculo para o ritmo da história. Ela nunca se torna dinâmica, nunca flui levemente. Pelo contrário, a narrativa, ainda com suas frases bonitas, introspectivas e interessantes, é pesada e arrastada. Eu sofri um pouco para terminar o livro, peguei certa raiva dele até por ser tão difícil.

Por isso, eu só teria tirado meia estrela, provavelmente. O que me faz mais criticar este livro foi o quanto o enredo desandou. Toda a questão de viagem no tempo e o problema a ser solucionado que vieram do primeiro livro eram mais do que bons o suficiente para esse segundo. Mas a autora resolveu acrescentar outros elementos absurdos e inúteis, quase místicos, o que tirou também o tom da história, só para criar mais problemas e fazer com que os personagens tivessem que superar ainda mais; ou então só para ter alguma novidade. Nessa onda de sempre fazer mais, deixar tudo mais extremo, mais urgente, a cena que eu consideraria da "batalha final" foi bastante fraca e clichê, mais incompatível com todo o resto da história impossível. Ou seja, tudo desandou. E, juntando essa falha exagerada e mal feita com a escrita que não ia para a frente, a leitura se tornou bastante chata. Na minha cabeça, guardo o primeiro livro separado desse segundo, que em nenhum momento quase consegue entreter ou divertir, nem ao menos encantar. Tenho mais vontade ainda agora de reler o primeiro, para poder voltar a me apaixonar por todo esse universo e me esquecer desse final. No mínimo, vou fingir que toda a história do Ancião não existiu, já que ela não fez nenhuma diferença no final das contas (serviu só para tirar uma boa dose de realismo da história e desandar o enredo).
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