RESENHA: The Wicked Deep (Ernshaw, Shea)
- Laura Machado
- 1 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Sinopse:
Welcome to the cursed town of Sparrow… Where, two centuries ago, three sisters were sentenced to death for witchery. Stones were tied to their ankles and they were drowned in the deep waters surrounding the town. Now, for a brief time each summer, the sisters return, stealing the bodies of three weak-hearted girls so that they may seek their revenge, luring boys into the harbor and pulling them under. Like many locals, seventeen-year-old Penny Talbot has accepted the fate of the town. But this year, on the eve of the sisters’ return, a boy named Bo Carter arrives; unaware of the danger he has just stumbled into. Mistrust and lies spread quickly through the salty, rain-soaked streets. The townspeople turn against one another. Penny and Bo suspect each other of hiding secrets. And death comes swiftly to those who cannot resist the call of the sisters. But only Penny sees what others cannot. And she will be forced to choose: save Bo, or save herself.

O QUE EU ACHEI:
Acho um pouco engraçado quando algumas pessoas me dizem que têm "medo" das minhas resenhas, porque eu sou crítica demais. Acho engraçado, porque me considero fácil de dar cinco estrelas, mesmo talvez para livros que não sejam assim tão excelentes. Uma das minhas razões para dar essa nota para um livro é me envolver tanto que ele entra para a minha lista de favoritos. Não foi exatamente assim com The Wicked Deep, ainda que tenha chegado perto. Ele merece as cinco estrelas, porque fez tudo o que prometeu pelo seu gênero e sua sinopse sem qualquer defeito fatal e com bastante capricho e qualidade. Ainda que isso não signifique que minha resenha não tem nenhuma crítica para ele. O livro promete uma ambientação de cidade pequena na costa, duzentos anos de maldição e personagens cheios de segredos. Ele é extremamente bem sucedido nesse sentido. Não dava para confiar na narradora, Penny. Sempre soube que ela teria segredos (até consegui adivinhá-los), então busquei desde o começo por pistas sutis pela sua narração. Isso é simplesmente delicioso de fazer em um livro que tem mistério, ainda que esse não seja seu gênero. Além disso, os capítulos eventuais sobre a história das irmãs séculos atrás foram muito interessantes e deram um equilíbrio bem bacana para a história (e minha curiosidade em entender tudo que tinha levado até aquele momento). Ainda nos elogios, nada da história fica sem explicação, tudo se amarra bonitinho no final. As descrições dão uma sensação incrível de fazer parte da história e o enredo nunca chega a ficar parado, a perder seu ritmo. A ideia de The Wicked Deep foi extremamente bem aproveitada, e realmente acho que merece cinco estrelas. Mas, como sempre, tenho que apontar alguns detalhes que poderiam ter sido melhores, ainda que não tenham atrapalhado o livro a ponto de ele perder qualidade. A começar pelo final. Acho que a Penny merecia um final melhor. E sobre Bo, concordo com muita gente que diz que esse negócio de estar sempre guardando segredos faz com que seja difícil entendê-lo, dando a parecer que o personagem é superficial. O livro é curto, a edição que eu li tinha só 308 páginas. Super dava para a autora nos ter feito passar por algumas da interações da Penny com o Bo para entendermos melhor quem ele é e como os dois desenvolveram realmente a relação entre eles. Além disso, talvez a única coisa que realmente me deixou um pouco chateada foi o fato de eu ter conseguido prever praticamente todas as revelações e reviravoltas da história. Infelizmente, não teria como fazer um livro tão bom sem elas ficarem claras assim, mas talvez alguns desavisados e menos suspeitos só vão descobrir na hora em que elas forem reveladas.

Existe também um pequeno detalhe de que estamos no século vinte e um, na época em que todo mundo filma, tira foto e posta sobre tudo, então não faz muito sentido como só alguns turistas vão atrás dessa fama da cidade e como o resto do mundo não está envolvido. Se eu fosse a autora, teria feito a história se passar nos anos noventa talvez, só para tirar esse problema, principalmente porque não teria feito qualquer diferença no resto da história. Mesmo assim, se você se deixar relevar só um pouquinho, já vai conseguir se envolver completamente com essa que foi uma das leituras mais intrigantes que tive nos últimos anos. A autora escreve muito bem, e eu ficarei de olho para futuros livros seus.
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