RESENHA: To Kill a Kingdom (Christo, Alexandra)
- Laura Machado
- 28 de ago. de 2019
- 4 min de leitura
Sinopse:
Princess Lira is siren royalty and the most lethal of them all. With the hearts of seventeen princes in her collection, she is revered across the sea. Until a twist of fate forces her to kill one of her own. To punish her daughter, the Sea Queen transforms Lira into the one thing they loathe most--a human. Robbed of her song, Lira has until the winter solstice to deliver Prince Elian's heart to the Sea Queen or remain a human forever. The ocean is the only place Prince Elian calls home, even though he is heir to the most powerful kingdom in the world. Hunting sirens is more than an unsavory hobby--it's his calling. When he rescues a drowning woman in the ocean, she's more than what she appears. She promises to help him find the key to destroying all of sirenkind for good--But can he trust her? And just how many deals will Elian have to barter to eliminate mankind's greatest enemy?

O QUE EU ACHEI:
Antes de mais nada, devo admitir que amo sereias, principalmente A Pequena Sereia, e sofro um pouco por nunca encontrar livros desse tema que sejam realmente bons. Quando To Kill a Kingdom apareceu e vi tantas resenhas positivas, não consegui evitar criar expectativas enormes para ele. Mesmo assim, acho que consegui me manter bastante objetiva e, apesar de ele não ser tão maravilhoso e perfeito quanto eu queria que fosse, não posso negar também que é um livro muito bem feito, interessante e divertido.
Tenho duas críticas principais para ele, na verdade. Mas, antes de falar delas, quero falar do que gostei no livro. Primeiro, a protagonista, Lira, é ainda mais agressiva e dark do que eu esperava, e gostei disso! Ela não pede desculpas por ser como é, tenta sempre lutar por si mesma, ainda que não tenha qualquer chance de vencer, e seu desenvolvimento foi feito com calma, como deveria. O romance do livro também cresce devagar, o que faz ser bem mais fácil de acreditar em tudo que é afetado por ele. Gostei também de como as personagens femininas não são rivais e das relações entre elas, mesmo quando mal se conhecem. Os personagens quase todos são ótimos. A equipe do príncipe Elian era bem divertida, principalmente o Kye e a Madrid. O único problema é que às vezes senti que suas provocações estavam sendo um pouco forçadas demais, talvez constantes demais. A interação do príncipe com a Lira é a minha favorita, suas tiradas e provocações foram ainda melhores que as da equipe, e tenho que admitir que gosto também do príncipe. Mas ele não conseguiu fugir de uma das minhas maiores críticas para esse livro. Até a Lira foi afetada, mas ela menos que ele. A qualidade da escrita no começo do livro é bem inferior à do final. Durante todo o livro, dá para ver que a autora escreve bem, existem passagens ótimas, mas a narrativa ainda está incerta demais no começo. Muitas, mas muitas coisas mesmo são explicadas nos primeiros capítulos, de um jeito que fica bem infodump. Durante o livro todo, tem muita informação aparecendo no meio da narrativa, mas fica mais desconfortável e explicativo até lá pela página cem. Por causa disso, foi difícil imaginar o príncipe Elian como um homem seguro de si e que soubesse quem era. As explicações que ele dava para quem era só me fizeram vê-lo como inseguro e até bastante infantil. Só mais para o final que consegui consolidar a imagem que tinha dele para o que a autora claramente queria que fosse. Acho que uma crítica principal se enrola na outra. Muita coisa teve que ser explicada assim, porque a autora resolveu criar um mundo enorme que não coube direito em um livro com menos de 400 páginas. Teve muitos nomes aleatórios de reinos em um mundo sem muito sentido e sem mapa (olha, se você quer criar um mundo inteiro novo, acho que o mínimo que deve fazer é desenhar um mapa para eu poder me situar e sentir um pouco mais de firmeza nessa criação). Não sei porque ela não usou o nosso próprio mundo, em outra época, só que com sereias e magia. Acho que era mais fácil criar um novo e só dar as informações que importavam para a história. Mas, infelizmente, do jeito que ficou, pareceu que os países se moldavam à necessidade dos personagens e do enredo, e não o contrário, o que ajudou a tirar credibilidade da história. Por causa dessas duas críticas, até um pouco mais da metade do livro, muitas coisas ainda não me convenciam, mas depois resolvi relevar tudo isso. Encarei quase como um conto de fadas como A Pequena Sereia, só que com detalhes bem mais violentos e nojentos (principalmente da parte da Lira) no meio dos outros mágicos e apaixonantes.

Eu tenho mais duas outras críticas, mas elas são questões mais pessoais minhas do que defeitos do livro, por isso mesmo não me fizeram tirar mais nenhuma estrela da nota. A primeira é sobre o arco do enredo. O livro é bem feito, bem escrito e tudo, mas o arco da história é batido demais. Dois inimigos que se juntam enquanto um guarda um segredo, indo atrás de algo específico, se aproximando e começando a confiar um no outro, e depois tem tudo aquilo que vocês provavelmente já imaginaram. A autora fez tudo direitinho, mas eu fiquei o tempo todo torcendo por uma reviravolta pequena, mas que mudasse a direção da história para um lugar onde nunca tivesse visto um livro levar. E minha última crítica é que o livro é pequeno demais. Ele não é exatamente corrido, mas se fosse maior, talvez tivesse dado tempo da autora criar outras cenas que explicassem o mundo melhor ou que fossem mais profundas para o desenvolvimento. Não é um livro superficial, mas poderia ter sido mais épico e mais trabalhado do que foi. De qualquer jeito, ainda é um livro bastante divertido, com momentos fofos, alguns de lutas emocionantes, outros só para te fazer rir. Foi o melhor livro de sereias que já li até hoje, mesmo que isso não seja dizer muito.
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