RESENHA: Everless (Holland, Sara)
- Laura Machado
- 26 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Sinopse:
In the land of Sempera, time is extracted from blood and used as payment. Jules Ember and her father were once servants at Everless, the wealthy Gerling family’s estate, but were cast out after of a fateful accident a decade ago. Now, Jules’s father is reaching his last hour, and she will do anything to save him. Desperate to earn time, she arrives at the palace as it prepares for a royal wedding, ready to begin her search into childhood secrets that she once believed to be no more than myths. As she uncovers lost truths, Jules spirals deeper into a past she hardly recognizes, and faces an ancient and dangerous foe who threatens her future and the future of time itself.
O QUE EU ACHEI:
Everless é daquele tipo de livro cuja sinopse não criou nenhuma grande ansiedade em mim para ler, mas que teve tantas resenhas positivas de pessoas em que confio, que resolvi dar uma chance! Eu gosto bastante de fantasia, já li vários livros do gênero e conheço histórias de outros, o que talvez tenha me impedido de criar interesse logo pela sua descrição. Esse mesmo problema me perseguiu um pouco no começo do livro.

O fato é que uma enorme parte dele não tem nada de novo, e qualquer pessoa que gosta mesmo de fantasia vai reconhecer vários detalhes que ele tem em comum com outros livros. A autora em nenhum momento tenta esconder que está seguindo algumas regras básicas e, na minha opinião, batidas do gênero. A garota adolescente que não tem um dos pais e caça para sobreviver, que é pobre e que odeia os ricos, entre outras coisas que não posso falar abertamente, porque são spoilers, mesmo que pequenos. Tive a sensação de estar lendo outros livros várias vezes, até mesmo os da série A Seleção, que nem deveriam ter nada a ver com esse. Mesmo assim, e quero deixar claro isso, o livro foi bem feito. Ainda nas partes em que não tem nada diferente, levemente inovador ou só um detalhe especial para fazer a história ser única (além, é claro, da ideia base do sangue ser tempo e tempo ser dinheiro), não tem como não negar que a autora sabe escrever esse clichê com qualidade. Não posso dizer que estava super animada com a história, mas a leitura foi bastante rápida e, apesar de serem cenas e personagens batidos, a autora os desenvolveu bem. Mesmo assim, minha vontade de continuar lendo foi pela promessa de mais. E tenho que admitir que a promessa foi cumprida! O final do livro foi muito, muito bom. Algumas coisas deram para adivinhar, outras foram impossíveis (pelo menos para mim, que nunca faço nenhuma teoria a não ser que seja extremamente óbvia e eu nem consiga evitar). Achei que o desenvolvimento do pensamento da protagonista, das descobertas e tudo o mais, foi muito bom, principalmente porque esse é bem do tipo de história em que autores fazem seus personagens não perceberem coisas óbvias só para tentar criar mistério. Neste daqui, a Jules nunca foi cega para nada importante ou ignorou informações só para continuar confusa. Os personagens são bons também, apesar de um único ter chamado minha atenção, um irmão Gerling, que desde o começo me conquistou! E nem digo conquistou como crush literário, mas por ser interessante mesmo (apesar de que tem um toque de crush sim!). Ainda acho que a autora poderia ter desenvolvido cada um deles um pouco melhor. Na minha opinião, eles acabaram um pouco rasos, mas muito da criação da maioria veio também de uma ideia meio clichê, no que é bem fácil se acomodar e esquecer de que eles são pessoas que precisam ter profundidade.

Mas o livro é muito bom, sim! E o final é bem interessante, bem inteligente, e gostei bastante de descobrir tantos segredos já nesse livro! Estava com medo de ser só no próximo! Além disso, deu para ver que a autora evitou criar rivalidade entre personagens femininas, e isso é sempre ótimo! Ah, e para explicar minha nota, teve uma única cena em que acho que a autora fez realmente besteira, uma em que a falta de bom senso da protagonista desencadeia tantas consequências ruins, que até eu tive que pensar que ela foi burra (e não sou muito fã de pensar essas coisas de personagens!). Mas nem pesa tanto, e o livro continua ótimo!
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