RESENHA: Belgravia (Fellows, Julian)
- Laura Machado
- 25 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Sinopse:
Uma nova saga histórica, fascinante e irresistível, repleta de segredos e escândalos Ambientada nos anos 1840, quando os altos escalões da sociedade londrina começam a conviver com a classe industrial emergente, e com um riquíssimo rol de personagens, a saga de Belgravia tem início na véspera da Batalha de Waterloo, em junho de 1815, no lendário baile oferecido em Bruxelas pela duquesa de Richmond em homenagem ao duque de Wellington. Pouco antes de uma da manhã, os convidados são surpreendidos pela notícia de que Napoleão invadiu o país. O duque de Wellington precisa partir imediatamente com suas tropas. Muitos morrerão no campo de batalha ainda vestidos com os uniformes de gala. No baile estão James e Anne Trenchard, um casal que fez fortuna com o comércio. Sua bela filha, Sophia, encanta os olhos de Edmund Bellasis, o herdeiro de uma das famílias mais proeminentes da Bretanha. Um único acontecimento nessa noite afetará drasticamente a vida de todos os envolvidos. Passados vinte e cinco anos, quando as duas famílias estão instaladas no recente bairro de Belgravia, as consequências daquele terrível episódio ainda são marcantes, e ficarão cada vez mais enredadas na intrincada teia de fofocas e intrigas que fervilham no interior das mansões da Belgrave Square.
O QUE EU ACHEI:
Como uma grande fã de Downton Abbey e vários outros dramas ingleses históricos, seja em livros, séries ou filmes, eu tinha que dar uma chance para esse livro! E ainda bem, já que ele tem muito mais intriga e escândalo do que eu poderia imaginar! Foi uma leitura apaixonante!

O enredo é realmente como uma novela, talvez não exatamente mexicana, mas mesmo assim. Ou seja, teve intrigas de família e de posição na sociedade, romances e casos secretos, e foi tudo muito bem trabalhado, levemente clichê, mas sempre relevante e interessante, ainda que muitas pessoas não gostem de admitir serem atraídas por histórias assim. O ritmo do enredo, em compensação, é bem mais comedido do que eu acho que deveria ter sido, talvez para tentar diminuir os efeitos quase exagerados da trama. Infelizmente, isso fez pelo menos a primeira metade do livro ser um pouco lenta. Mas, quanto mais perto chega do final, mais viciante a história fica! Apesar de tudo isso, a trama não é uma das duas coisas que eu acredito serem o ponto alto do livro! A primeira delas é o fato de Julian Fellows escrever maravilhosamente bem para a época, ao mesmo tempo que deixa a linguagem ao alcance de leitores do século vinte e um. Em nenhum momento me senti perdida por divagações de alguém natural da época vitoriana com palavras complicadas demais, mas tampouco cheguei a pensar que qualquer comentário, seja de pensamento, diálogo ou narração, fosse atual demais para encaixar na história. Achei sua escrita tão boa, que planejo ir atrás de outros livros seus! Mas o segundo ponto alto talvez seja o mais importante deles - e o que mais me impressionou, já que Julian Fellows é homem: as personagens femininas desse livro são maravilhosas e claramente superiores aos masculinos, mesmo em questão de inteligência. Julian criou tantas personagens diferentes e complexas, com relações complicadas entre si e com seus maridos e os homens à sua volta, que não pude evitar ficar impressionada! Teria sido tão fácil para ele escrever sobre personagens mulheres simples e inúteis, principalmente quando essa era a visão da grande maioria da população para elas na época, mas ele foi e fez o contrário! Ele criou personagens tão incríveis, que estou tendo um certo trabalho em decidir qual é minha favorita! Vale mencionar a Anne, a Carolina, a Maria e até a Susan e a Speer! Elas me fizeram perceber que não poderia deixar de acrescentar esse livro à minha lista de favoritos!

Recomendo Belgravia completamente, que é muito mais do que seu nome e sua sinopse sugerem, mas deixo avisado que o enredo não tem um ritmo frenético, é bem descritível e cheio de detalhes que são fáceis de deixar passar se você não estiver envolvido com a leitura, mas que pode conquistar quem estiver esperando uma verdadeira obra de ficção histórica cheia de escândalos de uma época apaixonante! Ah, e obrigada pela menção ao Melbourne e à rainha Victoria, Julian!
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