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RESENHA: Duologia Replica (Oliver, Lauren)

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 13 de ago. de 2019
  • 8 min de leitura

Replica - Livro 1


Sinopse:

Lyra - From a distance, the Haven Institute, tucked away on a private island off the coast of Florida, looks serene and even beautiful. But up close the locked doors, military guards, and biohazard suits tell a different story. In truth, it is a clandestine research facility where thousands of replicas, or human models, are born, raised, and observed. But when a surprise attack is launched on Haven, two of its young experimental subjects—Lyra, or 24, and the boy known only as 72—manage to escape. As they make their way through a new and menacing environment, they meet a stranger named Gemma, who has embarked on a perilous quest of her own. And as Lyra tries to understand Haven’s purpose, she uncovers earth-shattering secrets that will change the lives of both girls. Gemma - Gemma has been in and out of hospitals her whole life. A sickly child, she has grown into a lonely adolescent whose life is circumscribed by home, school, and her best friend, April. But after she is nearly abducted by a stranger claiming to know her, Gemma starts to investigate her family’s past and discovers her father’s mysterious connection to the secretive Haven research facility. Hungry for answers, she travels to Florida, only to stumble upon two human models, or replicas, 24 and 72—and a completely new set of questions. As Gemma tries to unravel the mysteries of Haven, she learnes terrible truths about herself and her family that will threaten to destroy everything she loves. Two girls, two stories, one novel. While the stories of Gemma and Lyra mirror each other, each contains revelations critically important to the other story. Their narratives can be read separately or in alternating chapters.


O QUE EU ACHEI:


Vou admitir que me apaixonei por esse livro assim que descobri que ele seria contado pelo ponto de vista de duas garotas diferentes, uma clone e outra não, e só fiquei ainda mais animada quando vi a diagramação - cada história fica de ponta cabeça para a outra. Eu gosto muito de ficção científica YA, muito mesmo, e existem poucas por aí com substância o suficiente para serem inteligentes e divertidas ao mesmo tempo, sem se tornarem pesadas e maçantes. Então, quando encontrei esse livro, criei muitas expectativas. Dá para ler o livro de três jeitos diferentes. Um deles é começando pela história da Lyra, que passou a vida inteira dentro do Instituto Haven, outro é intercalar um capítulo de cada. Mas eu escolhi o terceiro jeito, começando pela Gemma, que é a mais próxima de nós, que cresceu em um mundo mais parecido com o nosso (ou seja, em um Estados Unidos normal de filmes, livros e séries). E fico bem feliz de ter lido assim principalmente por esse motivo. Pelo ponto de vista dela, dá pra ver o quanto a Lyra estranha tudo no mundo - o que promete ser bem interesse pra história dela, mas ainda não gostaria de ter visto tudo por esse lado primeiro. Resolvi começar essa resenha agora que terminei a primeira metade, a história da Gemma. Quis ver minhas impressões de cada parte. O livro não é perfeito. Logo no começo, percebi que teria sido muito melhor se fosse narrado na primeira pessoa. O mercado literário tem um pé atrás de livros assim, com narrativas em primeira pessoa de personagens diferentes. Mas eu acho que está na hora de deixar isso para trás e esse foi um livro que devia ter inovado nisso. Muitas vezes, senti que a narração estava um pouco desconexa da protagonista (Gemma, nesse caso). Nada realmente ruim, a escrita da Lauren Oliver é ótima, mas essa história parece implorar por algo mais 'dentro da cabeça do personagem' (certeza que teria sido na primeira pessoa se só tivesse uma protagonista) e eu senti falta disso. A Gemma, como personagem, ainda é um pouco incógnita para mim. Quer dizer, já deu para sentir seus pontos altos, sua compaixão (que é linda) e sua constante sensação de que ela não pertence a lugar nenhum. Também achei bem interessante ela estar acima do peso, já que isso quase nunca acontece em livros jovens. Mas acho que o desenvolvimento dela foi cheio de tropeços durante o momento em que eles estavam descobrindo tudo. Tenho confiança de que isso vá se assentar no próximo livro, Ringer, mas foi difícil acompanhar a linha do raciocínio dela nesse, principalmente porque mal tinha uma linha. Ela questionou várias coisas necessárias na maior parte do tempo, mas depois parecia evitar outras, só para pensar nelas em momentos em que nem tinham mais tanta importância. Foi uma nuvem de confusão, não tanto algo que ia se desenvolvendo como uma escada, entende? E como faltou um líder nessa história toda, alguém que tivesse atitude e decidisse as coisas mais firmemente! Acho que eu sinto falta dessas coisas, porque eu sou assim. Tenho uma necessidade enorme dentro de mim de tomar uma atitude, de fazer alguma coisa (mesmo que seja a coisa errada)! Não consigo ficar indecisa, isso me mata! Haha. E acho que faltou alguém assim, alguém que entendesse o peso de tudo e não ficasse tanto no limbo de não saber o que fazer agora. Quer dizer, não que eu soubesse o que eles deveriam fazer, mas eles deveriam pelo menos ter feito um pequeno brainstorm ali e tentado, não? É incrível, aliás, como as alianças da Gemma mudam! Mas eu amei o grupo final de aliados. Não tenho nada para reclamar de nenhum personagem, aliás, só um para exaltar: Pete. Amo caras assim, que falam demais, que são gentis. Já entrou pra lista de crushes e estou louca pra ler o segundo livro para ver se ele tem uma presença mais constante ali. Sobre a Lyra, quero muito agora ler a parte dela, ver como é estar dentro da cabeça de alguém que não conhece o mundo, que nunca saiu do mesmo instituto a vida inteira. Minhas expectativas não são grandes, mas espero que tenha romance também e que dê para descobrir alguns dos mistérios que não foram revelados na primeira parte. Depois de ler a parte da Lyra: Quanto mais eu lia a outra metade do livro, mais ficava feliz de ter escolhido começar pela da Gemma. Aconselharia, aliás, a começarem sempre pela da Gemma, já que é mais fácil sentir firmeza na história da Lyra quando você já sabe, mesmo que não muito, sobre o Instituto Haven. Aqui, ficou mais clara a razão da autora ter escolhido escrever na terceira pessoa. Não é como se a Lyra não conhecesse absolutamente nada do mundo fora do instituto, mas muitas vezes a autora pôde evitar explicações de coisas básicas pela história não ser contada pela Lyra. Mesmo assim, foi nessa parte que a Lauren Oliver provou o quanto ela é incrível. Pelo ponto de vista de uma garota que precisou colecionar pequenas doses de conhecimento pela vida inteira, a delicadeza da autora em explicar as sensações e as impressões dela, as comparações plausíveis pelo mundo de onde ela veio, toda a visão da Lyra foi maravilhosamente construída. O romance, então, foi maravilhoso, puro, se desdobrando devagar. Ainda acho que a visão da Gemma me deu uma base ótima para ler essa outra metade, mas sei agora que foi pelo choque da Lyra, pela história dela que essa foi escrita. Foi por ela e o processo de descobrir o mundo e sair daquele casulo - às vezes prisão, às vezes lar, - que esse livro precisava existir.


Não consigo dizer que o livro é perfeito, mas sinto o peso da importância dele, da originalidade da história e da preciosidade de tantas passagens quando o seguro em minhas mãos. Faltou um pouco para mim aquela sensação de que o livro pertencia à minha lista de favoritos - aquela que muitas vezes aparece em livros que nem são tão bons, - mas ele ainda será sempre bem importante para mim! E serviu para me mostrar, outra vez, que eu amo a escrita da Lauren Oliver. Se você se interessou pela sinopse e pela diagramação, leia. Não vai se arrepender. E, se já leu e amou, corre pra trilogia Delírio da mesma autora. É maravilhosa!


Ringer - Livro 2


Sinopse:

In the world outside the Haven Institute, Lyra and Caelum are finding it hard to be human—and neither of them knows where they belong or who they can trust. When Caelum leaves without warning to pursue the dream of a place he belongs, Lyra follows him, convinced that together they will hunt down a cure for the illness that’s slowly consuming her mind. But what they uncover is a shocking connection to their past—even as their future seems in danger of collapsing. After discovering the uncomfortable truth about her connection to the Haven Institute, Gemma struggles to return to her normal life. But when she learns that her controlling and powerful father has new plans for Lyra and Caelum, Gemma and her boyfriend, Pete, leave in the middle of the night to warn them of the danger they face.When an untimely accident derails them, they are mistaken for the escaped replicas and seized by strangers hired to capture them. The Haven Institute wasn’t destroyed after all, and now Gemma is the one behind the walls.


O QUE EU ACHEI:


Eu não consigo imaginar ninguém no mundo que poderia ter criado e escrito os livros dessa duologia além da Lauren Oliver. Durante muitos momentos desse livro, me lembrei da trilogia Delírio, da mesma autora, e de como ela conseguiu descrever as cenas de ação maravilhosamente bem. E também me lembrei de como tinha ficado impressionada com seu jeito de escrever as cenas mais românticas. Ringer, como seu anterior Replica, prova mais uma vez que a Lauren Oliver é a autora perfeita para eles. Esse livro tem mais ação que o primeiro, mais tensão também. Replica tinha tensão, mas nesse é algo mais direto, mais presente do que uma ameaça desconhecida. Aconselho a ler a parte da Gemma antes da Lyra, como eu fiz, porque ela é mais tensa ainda e saber os poucos detalhes que tem em comum com a da Lyra antes pode tirar boa parte da graça. A própria história da Lyra, aliás, tem um ritmo mais lento, e o que eu mais gostei nela foi mesmo ver outros detalhes do mundo lá fora e de como pessoas que não têm nada a ver com o enredo estão encarando toda a questão do Instituto Haven. O ponto alto, na verdade, da parte da Lyra é o jeito que ela vê o mundo, principalmente em relação ao romance com o Caelum. A autora usa metáforas, o que talvez em outros livros me incomodariam, mas que funcionaram sempre aqui! Gosto muito de como a Lyra vê o mundo, das coisas que percebe, do que questiona, do que admira. Tem muito disso também na história da Gemma, mas o ponto alto lá é outra coisa. Na da Gemma, tem mais tensão e ação, mas ainda tem questionamentos parecidos. Quando digo que a autora é perfeita para esses livros, quero dizer que não consigo imaginar ninguém questionando o que significa ser humano como ela fez. A escrita dela consegue ser delicada, mas forte e profunda ao mesmo tempo, e as metáforas ajudam bem nisso. Muitas vezes me senti tão perdida ou tão emocionada quanto os personagens e não consigo pensar em uma única vez em que esse livro deixou a desejar nessas coisas. E é bem interessante também ver como ela conseguiu deixar as duas partes extremamente paralelas, sem se perder ou fazer qualquer cena ser mais forçada.


Minha única crítica é que eu queria um final maior, queria ver mais de como a vida ficou depois. Só um epílogo já estaria ótimo! Mas não tem como negar que eu vou levar essa história para sempre entre minhas favoritas e adoradas. Se você leu Replica e gostou, vai amar esse livro. Se ainda não leu, precisa ler, porque a duologia é tão interessante, instigante e emocionante quanto parece. E demorou para alguma editora no Brasil publicar essa ideia brilhante e maravilhosamente executada!

 
 
 

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