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A primeira FLIPOP a gente nunca esquece

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 5 de ago. de 2019
  • 6 min de leitura


Em uma noite muito gelada de agosto do ano passado, estava eu tremendo em um pavilhão da Bienal de São Paulo, quando ouvi falar da FLIPOP pela primeira vez na vida. Para quem se considera escritora de livros jovens, isso é um absurdo! Entre tremer de frio e ouvir escritores nacionais comentarem sobre o processo de escrita e a literatura nacional, prometi para mim mesma que iria na próxima edição do evento. E eu fui!


Não foi só pela própria FLIPOP, vou admitir, mas também porque não vou poder ir à Bienal do Rio neste ano. Minhas expectativas não estavam tão altas para o evento, sendo o terceiro só já organizado pela Editora Seguinte — sua criadora. Só queria encontrar os autores nacionais que conheci no Wattpad e admiro loucamente e comprar alguns livros que estava louca para ter faz tempo! (Minha pequena pilha de compras está na foto ao lado!) As palestras seriam um extra, mas também estava bem animada para algumas, principalmente para a conversa com a Kristen Ciccarelli — e a com a Erin Beaty, apesar de ser por razões tão opostas!


O primeiro dia não foi tão fácil para mim! Resolvi ir a todos, não queria perder nada, mas também usei essa viagem para rever várias amigas de uma vez, o que me obrigou a dormir em casas diferentes e ficar carregando minha mochila/mala para todos os lugares. Não. Foi. Fácil. Por sorte, as meninas da editora Duplo Sentido são umas lindas que me ajudaram muito!


Se você não conhece o trabalho delas, está mega atrasado! Elas são todas escritoras e mulheres que se juntaram para criar uma editora especial para livros jovens nacionais! E todos os seus livros são super bem feitos, com uma identidade visual de dar inveja! Dá para ver o carinho absurdo que elas têm com cada um! E é claro que eu tenho todos e quero que lancem logo vários outros para eu continuar comprando e lendo essas lindezas (querida Brubs, faça o favor de publicar Platônico logo)! Na foto ao lado, dá para ver a Aimee Oliveira (escrevendo), que autografou o meu exemplar de Invisível, além da Bruna Fontes (de pé), autora de Sob o Mesmo Teto e Sobre(o)postos, e a Tamara Soares (de touca), autora de Fangirlish. Dá só uma olhada no livro 281 Dias para Recuperar um Sorriso, que é como uma fita cassete antiga, e no livro Trago Seu Amor em 3 Dias, que é como um lambe-lambe! Não são perfeitos?


Além de eu ter que carregar mais peso no primeiro dia (por sair comprando mais livros, é claro), também foi uma correria para conseguir todos os autógrafos possíveis e ter que ficar na fila de credenciamento. Ou seja, não deu tempo de ver todas as mesas/conversas/palestras (gesuis, que nome eu chamo isso?) que queria. Mesmo assim, ainda foi um dia muito divertido e encontrar todos os autores dos livros que comprei valeu muito a pena!


No sábado, sem ter que fazer meu credenciamento de novo, foquei em assistir às mesas! Era nesse dia também que aconteceria a conversa com a autora Erin Beaty, do livro O Beijo Traiçoeiro. Eu detestei este livro, não só por ter sido super mal escrito, com um enredo fraco e personagens esteriotipados de um jeito até ofensivo, mas principalmente por ser misógino e machista e tratar estupros como se não fossem nada. Quis assistir à conversa com a autora para lhe dar uma chance de me mostrar que, ainda que não exista a possibilidade de perdoar essa falha absurda do livro, talvez ela mesma não tenha feito de propósito e não tenha essas opiniões.


(Na foto, está meu exemplar de O Beijo Traiçoeiro em inglês.)

A conversa foi extremamente desconfortável! Tinha tradução simultânea para quem queria, e não posso dar minha opinião sobre ela por não ter usado, mas a discrepância entre o que a entrevistadora perguntava e o que a autora respondia foi alarmante! Entendo que problemas acontecem, nem quero culpar a editora que deve ter feito o seu melhor, mas ainda me incomodou. Ainda assim, isso está longe de ser o verdadeiro problema da conversa. O Beijo Traiçoeiro é realmente um livro super raso e superficial, e deu para ver que a própria autora não é uma escritora com muito conteúdo. A entrevistadora parecia estar se desdobrando para conseguir encontrar o que perguntar e, mesmo assim, Erin Beaty não tinha nada de mais para falar. Nenhuma de suas respostas teve substância, e ela me passou a impressão de que nem se importava mesmo com seu trabalho, que fez o mínimo e não queria estar ali.


Não posso dizer agora que tipo de pessoa a autora é, mas ela não pareceu nem um pouco aberta àquela conversa, com respostas rasas e um desânimo aparente que não me inspirou a nem assistir até o final. Depois de um tempo, fiquei cansada de fingir que ela tinha algo a dizer e a acrescentar, me levantei com minhas amigas e fomos embora.


O bom é que tinha tanta gente assistindo à conversa, que a fila da cabine fotográfica estava minúscula! Claro que nós aproveitamos para tirar nossa foto! Também decidimos entrar já na fila para autógrafos, pois queríamos encontrar com a Kristen Ciccarelli, autora de A Caçadora de Dragões e de A Rainha Aprisionada (que são da trilogia Iskari). Foi uma ótima ideia, porque ainda podemos tirar foto com ela, sem pressa nenhuma!


Eu ainda não li seus livros, meu exemplar do primeiro chegou alguns dias antes da Flipop começar, mas tive recomendações ótimas de várias pessoas! Além do mais, estava animada para ver a conversa com a autora no dia seguinte.


Pensa em uma pessoa maravilhosa! Kristen Ciccarelli estava completamente aberta a responder todas as perguntas que a entrevistadora fazia, ela elaborava tudo, deu até um mini spoiler exclusivo sobre seu último livro, se emocionou quando falou da primeira vez que encontrou um livro com romance entre duas garotas e me fez chorar junto quando falou sobre uma pessoa querida sua que estava morrendo quando ela escreveu o segundo livro. Seria impossível segurar as lágrimas quando ela disse que escrever sobre luto, colocar um pouco da sua própria experiência no livro, fez com que sentisse que uma parte da pessoa que ela perdia sempre estaria com ela, que, de algum jeito, ela poderia salvar aquela pessoa.



Além de dar para ver que ela é uma pessoa incrível que fez questão de aprender várias palavras em português e sempre chamar seus livros pelo título daqui, ela ainda tinha muito o que falar sobre sua história e suas personagens! Só por tudo que ela disse, pelo jeito que criou a história, pelas protagonistas, três garotas em posições bastante diferentes, já sei que vou amar! Kristen Ciccarelli claramente é uma pessoa e uma autora com muito conteúdo, que me inspirou a escrever também e mais ainda a querer ler todos os seus livros o quanto antes! E pensar que o terceiro ainda nem lançou! Se você gosta de dragões, de fantasia e de protagonistas humanas e maravilhosas, fica a dica!


Durante o terceiro dia da FLIPOP, logo após a conversa com a Kristen Ciccarelli, aconteceu no Espaço Missão a mesa do podcast Wine About It. Confesso que não sou a maior fã de podcasts, mas estava bem animada para essa mesa — e o nome do podcast é muito brilhante, né? Era uma mesa sobre comédias românticas, que eu amo, com a Bruna Miranda e a Mayra Sigwalt (do podcast) e o Vitor Martins, a Clara Alves e a Olívia Pilar. Foi minha mesa favorita do evento inteiro! Eles me fizeram rir muito, mas me fizeram chorar também, e eu fiquei bem emocionada e inspirada por toda a conversa! Foi muito maravilhoso mesmo!


Também vi o começo da próxima mesa na outra sala, sobre a família que a gente escolhe, mas não pude ficar até o final, porque ainda tinha que pegar minha mochila e a sacola pesada de livros que tinha comprado e ir para a rodoviária para voltar para Campinas.

Afinal, posso dizer que foi um evento maravilhoso! Aconteceu no Centro Cultural de São Paulo, o que foi ótimo para quem foi de metrô (como eu) e ainda deu uma sensação bem bacana por todas as outras pessoas em volta, dançando, lendo, escrevendo e seguindo com suas vidas interessantes! Melhor ainda, só o ambiente incrível de leitores e escritores todos juntos, conversando e se abraçando! Eu amo a Bienal, mas acho que prefiro a FLIPOP! Primeiro, por ser um evento especial para livros jovens, que são meu grande amor e eu nunca vou abandonar, mas também por ser menor e dar mais espaço para todo mundo conhecer os autores e editores do mercado!


Como autora de livros jovens também, é sempre emocionante ver autoras como a Clara Alves, a Clara Savellie e a Ray Tavares publicando seus livros com editoras grandes! Dois anos atrás, eu ficava revoltada de ver que as editoras estavam super abertas a publicar livros estrangeiros, mas nem davam bola aos livros nacionais que estavam no mesmo nível ou até acima dos estrangeiros.

E agora posso finalmente me orgulhar de ver livros de autores que saíram do Wattpad sendo colocados lado a lado dos outros e até vendendo mais — como merecem!

Estou simplesmente louca para ler Conectadas, livro da Clara Alves que foi lançado na FLIPOP, provavelmente vai ser meu próximo, mas confesso que também mal posso esperar para ler todos os outros que comprei por lá! Fiquem atentos principalmente ao Instagram, que vou postando por lá minhas impressões!


Mal posso esperar pela próxima FLIPOP! Quem sabe eu também não tenha um livro à venda nela?






 
 
 

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