RESENHA: O Último dos Magos (Maxwell, Lisa)
- Laura Machado
- 1 de ago. de 2019
- 5 min de leitura
Sinopse:
Pare o mago. Roube o livro. Salve o futuro. Na Nova York dos dias atuais, a magia antiga e natural está quase extinta. Os poucos que ainda têm afinidade com ela – os Mageus – vivem nas sombras, escondendo o que são. Além disso, qualquer Mageus que adentre Manhattan é capturado por uma armadilha: a Beira, uma barreira invisível que os deixa permanentemente presos à ilha. Atravessar a fronteira estabelecida pela Beira significa perder os poderes – e, frequentemente, a própria vida. A jovem Esta é uma ladra talentosa e cresceu sendo treinada para roubar artefatos mágicos da Ordem, organização misteriosa criadora da Beira. Esta também tem uma habilidade inata: manipular o tempo. A jovem é capaz de furtar objetos do passado, coletando-os antes mesmo que a Ordem perceba que ela está lá. Mas todo o treinamento de Esta tem sido para uma tarefa maior: viajar até o ano de 1902 para roubar um livro antigo. Acredita-se que o Livro contém todos os segredos da Ordem – e da Beira. A missão de Esta é furtá-lo antes que o Mago o destrua, garantindo assim um futuro melhor a todos os que têm afinidade com magia. Mas a Nova York do início do século XX em que Esta deve mergulhar é perigosa e sem leis, comandada por gangues e sociedades secretas. Um lugar em que é possível sentir magia até no ar que se respira. Nada é o que parece, nem mesmo o Mago. E, para salvar o próprio futuro, Esta deve trair a todos no passado – sem exceção. Best-seller do The New York Times, O Último dos Magos tem como elementos principais a magia, o romance, a aventura e uma generosa porção de surpresas. Uma alquimia ímpar elaborada pela aclamada autora Lisa Maxwell – e esse é só o começo de uma história que já nasce atemporal.
O QUE EU ACHEI:
Mesmo quando eu dou nota cinco, raramente não tenho nenhuma crítica para algum livro. Então, se você estiver com dúvida se deve ou não ler este daqui, pode ler minha resenha que ela não vai ter só elogios e não vou dar nenhum spoiler.

Esse livro é uma mistura muito bem feita de ficção histórica com fantasia e viagem no tempo. Não é daqueles em que os personagens viajam no tempo várias vezes, mas satisfaz os leitores (como eu) que amam esse tipo de coisa! A ficção histórica dele não é sua melhor parte, mas é uma base muito boa para o desenrolar da história. E, claro, fantasia é seu gênero principal. A escrita da autora é muito boa, mas em alguns momentos raros, senti falta de cenas mais detalhadas (principalmente em questão das emoções dos personagens). Durante uma grande parte do livro, tive a impressão de que ele era uma mistura de Passenger (da Alexandra Bracken) com Six of Crows (da Leigh Bardugo), mas de um jeito bom! Como nesses livros, os personagens de O Último dos Magos foram bem construídos e desenvolvidos, com histórias de vida e personalidades únicas (salvo um detalhe aqui e ali). Eles teriam sido a melhor qualidade do livro, se não fosse pelo jeito que a história lida com a magia. Sério. Eu definitivamente não esperava que fosse me surpreender com isso. Magia é algo usado em tantos livros, que é muito difícil encontrar um em que ela seja diferente, mas sem ser estranha. Todos os detalhes dela aqui são bem definidos e, apesar de eu nunca tê-la visto assim, fizeram totalmente sentido! Tanto, aliás, que é daquelas que dá para apostar que talvez sejam verdade mesmo! O enredo do livro é muito bom também! Achei complexo como deveria ser, com cenas que exploram detalhes interessantes do passado. Tive um único problema com o ritmo, que se manteve quase igual o tempo todo, mas deu uma pequena corrida em algumas cenas mais próximas do final, que teriam ficado bem mais interessantes se tivessem sido exploradas com mais calma. Eu tinha quase certeza absoluta de que seria um livro único, mas fiquei muito feliz de descobrir que vai ter pelo menos uma sequência! Primeiro, porque não daria tempo de resolver tudo antes de acabar (sabe quando faltam umas vinte páginas e você começa a entrar em pânico, porque o que você queria que acontecesse ainda não aconteceu?). Essa história é mais complexa do que parece à primeira vista, tem ramificações demais para serem solucionadas em um livro. Até mesmo a relação entre os personagens principais merecia uma sequência. E, segundo, porque eu realmente me apaguei à história e a esse mundo, que foi bem construído demais para acabar aqui. Outra seja, o livro é divertido, é interessante e complexo e muitas vezes me deixou bem apreensiva. Os personagens e a magia, que poderiam facilmente cair em clichê, se mantiveram longe disso e só prometem uma história ainda melhor para o segundo livro. Mas nem tudo foi perfeito, então vamos às críticas? A Esta (que tem um péssimo nome para um livro publicado também no Brasil) na maior parte do tempo é exatamente o tipo de personagem feminina que eu quero ver em livros. Ela é forte, confiante, independente, salva a si mesma e, ainda assim, não perde sua sensibilidade e tem suas fraquezas. Uma das suas melhores características é como ela observa as pessoas. Mas meu problema com ela é que ela tem um ponto cego. E, tudo bem, todo mundo tem, mas ela é cautelosa e inteligente demais em muita coisa para nunca ter olhado para certas partes dessa história, entende? Baseado no que ela se mostrou pelo resto do livro, eu esperava que ela fosse pelo menos mais esperta em algumas horas mais perto do final, que fosse questionar algumas coisas. Esse foi o único detalhe em que ela deixou a desejar. Os outros personagens são bem coerentes, o Harte principalmente, e adorei as revelações que foram aparecendo. Mas, às vezes, tive a impressão de que a autora estava tentando criar tantos problemas que ficou difícil focar em uma missão só. Claro que todas elas se resumiam basicamente a um objetivo, mas alguns detalhes eram desnecessários e só serviam para confundir mesmo na hora de organizar exatamente o que estava acontecendo. Quase parei para fazer um mapa de quem estava ameaçando quem e como. Outra crítica que eu tenho para o livro é que ele cria muita tensão e problema para um final que aconteceu um pouco rápido. Tem reviravolta, tem coisas a mais para serem solucionadas e tal, mas ainda senti que esse livro precisava ter um clímax mais emocionante para ele, com a própria Esta mais presente. Infelizmente, não posso explicar exatamente como, senão seria spoiler. Também acho que teria sido bem mais interessante se ele tivesse sido contado na primeira pessoa para personagens diferentes, mesmo que a narração na terceira não tenha atrapalhado em nada.

Gostei bastante de O Último dos Magos, me apeguei demais a tudo no livro. Espero muito que o próximo seja publicado logo, porque este daqui cumpriu o que prometeu e chegou muito perto de ser excelente! E espero que mais pessoas cheguem a conhecê-lo! Se você está pensando em ler, pode ir sem medo, mas esteja aberto a detalhes sutis inteligentes, reviravoltas inesperadas e uma complexidade que precisa de pelo menos outro livro para ser explorada completamente. E cuidado para não se apaixonar pelos personagens como eu!
コメント