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RESENHA: Anexos (ROWELL, Rainbow)

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 23 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

SINOPSE: Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder sabem que alguém está monitorando seus e-mails de trabalho. Todo mundo na redação sabe. É política da empresa. Mas elas não conseguem levar isso tão a sério e continuam trocando e-mails intermináveis e infinitamente hilariantes, discutindo cada aspecto de suas vidas.Enquanto isso, Lincoln O'Neill não consegue acreditar que este é agora o seu trabalho, ler os e-mails de outras pessoas. Quando ele se candidatou para ser agente de segurança da internet, se imaginou construindo firewalls e desmascarando hackers e não escrevendo um relatório toda vez que uma mensagem esportiva vinha acompanhada de uma piada suja. Quando Lincoln se depara com as mensagens de Beth e Jennifer, ele sabe que deveria denunciá-las. Mas ele não consegue deixar de se divertir e se cativar por suas histórias. No momento em que Lincoln percebe que está se apaixonando por Beth, é tarde demais para se apresentar. Afinal, o que ele diria...?


Esse foi meu quinto livro da Rainbow Rowell, que se tornou logo no primeiro uma autora que eu quero seguir para sempre. Quer dizer, eu nem preciso descobrir sobre o que é um livro dela para saber que eu quero ler. Esse daqui foi o segundo que vi dela, mas fui adiando ler até alguns dias atrás.


Para falar a verdade, apesar de querer ler faz tempo, eu tinha a impressão de que não ia gostar do livro. Já tinha lido milhares de resenhas criticando a história e isso tinha ajudado a diminuir bastante minhas expectativas. No final das contas, não me surpreendi, não me apaixonei e, de todos os livros da Rainbow, esse definitivamente é o mais fraco. Quer dizer, talvez comparado a livros de outros autores ele seja ainda melhor, mas ela tem livros ótimos demais para se compararem a esse. Uma das coisas que eu via pessoas reclamando era que o livro tem um ritmo ruim, mas eu discordo. Eu acho que o ritmo dele é bem característico dela e, em questão de desenvolvimento da história, foi bem plausível. Mas isso não impede o livro de ser maçante, o que é seu verdadeiro problema. A Rainbow Rowell tem um talento lindo para criar personagens realistas, normais e fofos! Eu adoro isso! Não sou a maior fã de carinhas perfeitos, que são como deuses gregos aparentemente e daqueles que você odeia amar psicologicamente. Não quero caras perfeitos. Eu gosto dos dela, principalmente o Levi, de Fangirl, de caras desajeitados e fofos. E o Lincoln é exatamente assim, real, com seus defeitos e qualidades que ele nem percebe, tão gente como a gente que você se sente próximo dele logo nos primeiros capítulos. Mas esse tipo de 'história da vida real' pode incomodar alguns leitores, principalmente quando o livro deixa a desejar em apelo. E é esse o maior problema desse, é por isso que ele fica um pouco maçante, mesmo sendo curtinho. Falta um apelo mais interessante. Apesar da situação em que o Lincoln se encontra - se coloca - ser tão complicada, que parece não ter como fugir e eu definitivamente ter shippado ele com a Beth, esse é bem o tipo de história que eu poderia ter largado sem querer e nunca ter realmente vontade de continuar lendo. É um livro muito fácil de abandonar, que raramente vai marcar quem ler. Eu acho que ela poderia ter corrigido isso com o final. Talvez a Rainbow tenha a ideia de que escrever histórias de amor signifique que ela tem que acabar logo que o casal fique junto, mas o único apelo mesmo que vi nessa situação era como eles iam desenvolver o relacionamento depois. Isso nem importou tanto para os outros livros dela, mas importava aqui. Então parece que a história estava no ritmo necessário para ir crescendo a situação, mas quando finalmente chega em um ponto crítico, a gente mal chega a ver como se resolve. Ou seja, na minha opinião esse livro precisava ter sido mais emocionante na maior parte do tempo, ainda que isso signifique fazer alguns acontecimentos serem um pouco menos realistas (só um pouco), mas que também precisava ter mais umas cem páginas, com algumas cenas mais trabalhadas no relacionamento deles. Ou talvez, para ser bem honesta, fosse melhor que eles acabassem longe um do outro. Isso nem é spoiler, Rainbow nunca escreve histórias sem finais felizes (eu acho) e seus leitores nem questionam isso quando pegam um livro seu para ler (eu, pelo menos, nem pensei que essa seria uma possibilidade). Mas talvez tivesse sido mais no mesmo nível de tudo que veio antes do que foi. Outra coisa que deixou a desejar foi toda a fascinação do Lincoln com os e-mails. Quer dizer, não foi nada obsessivo, entendi que ele os lia mais como alguém assiste novela. Mas ele diz que ria com os e-mails delas e tudo o mais e, noventa por cento do tempo, eu só achei as conversas delas okay. Nada de errado ali, mas também faltou apelo, faltou algo que fosse realmente diferente e divertido. Nem entendi como ele pode ter achado tão legal. Na verdade, acho que a Rainbow perdeu oportunidades para mostrar lados diferentes da Beth lá, quando a maioria dos e-mails me pareceu meio inútil.


De qualquer jeito, o livro é okay, dá para passar o tempo, e definitivamente não tirou minha convicção de ler tudo que a Rainbow escrever daqui para sempre. Mas, enquanto todos os outros roubaram meu coração de um jeito ou de outro, esse precisa ser lido sem expectativas de se apaixonar. Ele é bonitinho, mas nada memorável. Ah, detalhe básico: uma coisa que eu gostei foi ele se passar em 99, mas preferia que isso tivesse feito uma diferença maior na história, quando acabou só sendo um plano de fundo dispensável.


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