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RESENHA: No Seu Pescoço (ADICHIE, Chimamanda Ngozi)

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 20 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

SINOPSE: A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie vem conquistando um público cada vez maior, tanto no Brasil como fora dele. Em 2007, seu romance Meio sol amarelo venceu o National Book Critics Circle Award e o Orange Prize de ficção, mas foi com o romance seguinte, Americanah, que ela atingiu o volume de leitores que a alavancou para o topo das listas de mais vendidos dos Estados Unidos, onde vive atualmente. Ao trabalho de ficcionista, somou-se a expressiva e incontornável militância da autora em favor da igualdade de gêneros e raça. Agora é a vez de os leitores brasileiros conhecerem a face de contista dessa grande autora já consagrada pelas formas do romance e do ensaio. Publicado em inglês em 2009, No seu pescoço contém todos os elementos que fazem de Adichie uma das principais escritoras contemporâneas. Nos doze contos que compõem o volume, encontramos a sensibilidade da autora voltada para a temática da imigração, da desigualdade racial, dos conflitos religiosos e das relações familiares. Combinando técnicas da narrativa convencional com experimentalismo, como no conto que dá nome ao livro — escrito em segunda pessoa —, Adichie parte da perspectiva do indivíduo para atingir o universal que há em cada um de nós e, com isso, proporciona a seus leitores a experiência da empatia, bem escassa em nossos tempos.



Há um tempo atrás eu percebi que escrever contos e escrever romance são duas coisas completamente diferentes. São talentos diferentes. Só porque uma pessoa sabe escrever romances maravilhosamente bem, não significa que ela também vai conseguir escrever contos. Pelo contrário, na verdade, já que dificilmente o mesmo autor é bom nas duas coisas. Deve ser por isso que agora estou com um pouco de receio de ler algum romance da Adichie. Quer dizer, esse livro me deu bastante vontade de ler um livro maior dela, porque muitas vezes quis que ela continuasse contando da história de alguns personagens. Ou então quis que a história tivesse sido devagar, para eu poder ir aproveitando cada fase, como foi com o conto que dá nome ao livro. Mas é impossível negar a habilidade dela de escrever contos, como ela sabe criar um mundo inteiro em poucas linhas e uma complexidade para cada situação e cada personagem que costuma faltar em romances grandes.

É daí que vem meu receio, meu medo de que talvez ela seja melhor com contos do que com livros maiores. Mas já decidi que vou arriscar! Ela consegue escrever de um jeito quase delicado, mas forte e profundo, que é realmente emocionante. Esse foi um livro que eu comecei prometendo ler só o primeiro conto e só parei depois de terminar. Não esperava que ia me importar tanto com os personagens, que ia sentir tanto com suas histórias tristes e sofridas em alguns momentos. Mas ele é maravilhoso, é impecável. E fico bem feliz de tê-lo ganhado de presente, porque talvez nunca chegasse a comprar sozinha!



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