RESENHA: Stalking Jack the Ripper (MANISCALCO, Kerri)
- Laura Machado
- 17 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
Primeiro livro de uma trilogia, Stalking Jack the Ripper se passa em 1888 em Londres, época e cidade nas quais viveu Jack Estripador, e é contado pelo ponto de vista de Audrey Rose, uma garota de dezessete anos, filha de um Lord e que se interessa bem mais por aprender a fazer autópsias com seu tio do que coisas consideradas femininas para a época. Depois de encontrarem a primeira vítima do Jack Estripador, ela, seu tio e um aluno dele se juntam para descobrir a identidade do assassino.

Este livro foi bem diferente do que eu esperava (isso não é necessariamente algo ruim). Eu esperava que ele fosse mais complexo, uma leitura mais pesada e cheia de detalhes. Na verdade, o livro é leve e divertido, fácil de agradar em questão de escrita. Esperava que a Audrey Rose tivesse mais experiência com autópsias, mas ela ainda está na fase de aprendiz. Esperava ainda mais cenas dela com as mãos em coisas nojentas, mesmo que isso incomode algumas pessoas! Esperava também que o mistério fosse difícil de resolver, mas minha suspeita desde os primeiros capítulos só se confirmou no final.
Na minha opinião, o problema foi que a autora tentou esconder demais quem era o culpado. Ao mesmo tempo em que dava as pistas, ela nunca deixou que a protagonista ao menos considerasse aquela opção. Se ela tivesse considerado, ainda que somente para dispensar em seguida, ficaria menos clara a intenção dela de esconder o suspeito. Infelizmente, apesar de ele ter sido a melhor ideia para toda a história, assim que a Audrey pensasse nele como o culpado, ela teria que admitir que absolutamente todas as pistas apontavam para ele.


Eu dei mesmo nota quatro para o livro, porque realmente gostei da história, amei os personagens e o romance discreto que tem. Mas tenho outras pequenas críticas para ele.
Por exemplo, o feminismo da Audrey Rose. Antes de ler, já tinha visto pessoas a criticando por ser feminista demais. Eu discordo, para falar a verdade. Duvido que tenha existido mesmo alguém na posição dela com esse tipo de pensamento, mas nunca mudaria isso, nem se fosse a autora. Meu único problema mesmo é ela ter que falar para si mesma tantas vezes o quanto é tão boa quanto os homens. Isso parou depois de um tempo, mas já tinha passado do limite.
Minha outra crítica é para a falta de atitude dela. Isso também vem das minhas expectativas. Ela não é uma personagem inútil, que só atrapalha ou que não faz nada. Pelo contrário, ela sai, sim, para tentar ajudar desde o começo a descobrir quem é o Jack Estripador. Mas eu esperava que ela tivesse bem mais atitude, que não deixasse passar tanto tempo sem fazer nada, que investigasse mais. Afinal, ela não descobriu quem era o culpado de verdade, a solução se apresentou a ela.
Queria deixar aqui também minha super admiração pela diagramação linda do livro!

Como eu disse, adorei o livro, me diverti demais com a personalidade dela, me apaixonei pelo seu interesse romântico e o jeito que eles se amam e odeiam e só posso esperar que o segundo seja ainda melhor! E que, agora que eu entendo melhor que o clima do livro é mais para leve e jovem, minhas expectativas estão ajustadas!
O livro ainda não tem previsão de ser publicado no Brasil (mas como ficaria lindo pela editora Darkside!), mas o segundo da trilogia vai ser lançado esse ano e se chama Hunting Prince Dracula (mal posso esperar!). Essas capas não são maravilhosas?
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