RESENHA: Wintersong (JAE-JONES, S.)
- Laura Machado
- 17 de jun. de 2017
- 3 min de leitura
Não existem palavras para descrever o quanto esse livro é maravilhoso. Talvez a única pessoa que conseguisse expressar a beleza dele seja a própria autora, já que 'beleza' não chega nem perto de ser digna dessa história.

Eu não sabia direito sobre o que o livro falava antes de ler, a sinopse nunca me fez sentir tão firme o enredo, mas fui aprendendo conforme lia. Ele se passa na Alemanha na virada do século 19 (dá para saber pela descrição das roupas) e mistura realidade com fantasia. Depois de uma vida ouvindo falar do Rei Goblin como um mito, uma lenda, e brincando com ele na floresta perto de casa, Liesl cresceu e, por influência de seu pai, deixou essas histórias para trás, chegando a questionar sua veracidade. Ela vive por seus irmãos, se esquecendo de si mesma, escondendo sua paixão e se fazendo invisível. Até que ela precisa oferecer sua vida e ir viver no mundo dos goblins para salvar sua irmã e o mundo dos mortais. Aos poucos, ela conhece o Rei Goblin outra vez, como mais do que seu título, ao mesmo tempo que precisa se conhecer e se deixar ser completamente quem ela é.
Gente, esse livro é maravilhoso em todos os sentidos. Apesar de ser fantasia, tudo é contado de um jeito tão realista e maduro, que eu não via fazia um bom tempo, principalmente entre livros que não criam mundos inteiros novos, mas mesclam o nosso com um reino desconhecido. Não existe o menor infodump, nada, mas todas as dúvidas que aparecem durante a leitura vão se desfazendo e sendo respondidas com acontecimentos significativos. Não teve um único momento em que eu não estava presa à história. Sem contar com o romance, intenso e devagar, que me fez segurar a respiração muitas vezes e que me deixou sentindo no final da história como se fizesse parte de mim.

O que eu mais gostei, o que me fez colocar esse livro na minha lista de favoritos antes de chegar na metade dele, o que me fez sentir que ele mudou algo dentro de mim e partiu meu coração várias vezes durante a história foi a escrita. Ela é intensa e delicada ao mesmo tempo, detalhada, complexa, mas leve como se fosse criada naturalmente, não trabalhada por ser humano tão imperfeito quanto qualquer outro. Esse livro é o mais perto de mágica que eu já cheguei a encontrar na minha vida. E meu amor por música, ainda que tão diferente do da protagonista, foi parte importante da leitura.
Ele tem 436 páginas (de uma diagramação linda!) na versão capa dura, e eu li em dois dias, apesar de ler devagar e com toda a intenção de saborear cada frase o máximo possível. Quando eu coloquei ele na lista de favoritos, antes de ter lido até metade dele como falei, já prometi para mim mesma que vou reler algum dia. Não sou de reler livros, mas não consigo me imaginar tendo lido só uma vez. Ele é maravilhoso demais para isso, é único e importante de um jeito que poucos livros são. Muitas pessoas dizem que gostariam de ler seus livros favoritos como se pela primeira vez de novo. Eu mesma já disse isso de vários, mas Wintersong é mais do que isso. Eu sei que posso ler este livro quantas vezes conseguir e ele sempre vai ter o mesmo encanto que teve quando eu li agora. Sempre vou amá-lo do mesmo jeito.

Acho que eu nem preciso dizer que minha nota é cinco, né? Apesar de que, para ser bem honesta, todo esse sistema de notas me parece obsoleto em relação a esse livro.

Infelizmente, o livro ainda não tem planos de ser publicado no Brasil, mas eu acho que seria perfeito se fosse com a Editora Darkside. Se você quer ler, deixe um comentário para eles ou uma mensagem pedindo!
Mais uma foto dele por dentro, porque ele é realmente incrível:

Uma observação: ele pode ser lido por qualquer pessoa, apesar de ter algumas passagens mais sensuais, elas não chegam a ser nada gráficas. Mas eu não acho que ele é um livro para adolescentes, porque o peso dele em si é mais adulto e a história é bastante complexa. Por isso também acho que não é um livro que vai agradar todo mundo, já que nem todo mundo vai conseguir entendê-lo.
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