RESENHA: The Glittering Court (MEAD, Richelle)
- Laura Machado
- 30 de mai. de 2017
- 4 min de leitura
Que bagunça de livro! Estou inconformada!
Minha jornada com esse livro é toda engraçada! Quando vi que ele ia ser lançado ano passado, me apaixonei pela capa! Mas aí li várias resenhas péssimas e desisti de ler. Alguns meses depois (quase um ano), encontrei ele sem querer na Saraiva e, aproveitando que ando lendo mais ultimamente, resolvi que valia a pena eu descobrir sozinha se ele era realmente ruim.
Mas essa não é a parte engraçada! No começo, durante as primeiras páginas, quase até a 70, eu estava adorando! Simplesmente adorando! Adorei a personalidade da protagonista, Adelaide, e, até então, ainda que deixasse a desejar em alguns poucos momentos, eu ainda estava gostando! Não conseguia entender por que alguém faria uma resenha ruim para ele!
E agora eu me pergunto como as pessoas não fizeram resenhas piores.

O livro fala sobre Lady Whitmore, que, ao se ver obrigada a se casar com um primo distante para manter qualquer dignidade e dinheiro para sua família (ela é a última herdeira viva), resolve roubar a identidade de uma dama de companhia e ir no lugar dela à Glittering Court, uma escola de etiqueta e conhecimentos gerais para garotas simples do país de Osfrid ganharem educação digna de nobres e irem encontrar maridos nas colônias.
Tem muita coisa errada com esse livro - muita coisa que não faz o menor sentido! Isso da Adelaide (nome que ela pegou da criada) trocar um marido por outro é uma dessas coisas, mas seria fácil de explicar se a autora tivesse feito o mínimo de questão de tentar. Quer dizer, ela estava trocando um cara bem específico que ela não queria pela chance de poder escolher entre todos aqueles que se interessassem por ela. Mas, como ela nunca nem percebe a ironia do que fazia, essa questão fica parecendo mais um erro.
Mas, não se preocupe, não é isso que tem de errado com o livro! Apesar do próprio nome do livro ser o da 'escola', elas passam menos de cem páginas realmente tendo aulas! Logo depois de chegar na mansão onde vai morar, a história já vira "oito meses depois", o que é um desperdício enorme! Dá para ver que Richelle Mead quis dar uma agilizada, porque queria caber a história de uma trilogia em um livro só. E que fracasso!
A história toma rumos absurdos e desnecessários várias vezes seguidas. Me senti lendo uma fanfic cuja autora não tinha feito a menor questão de planejar o enredo antes e teve que ir criando situações "inusitadas" (aspas, porque nenhuma é realmente surpreendente e interessante) conforme o tempo ia passando, perdendo o sentido e a lógica de tudo! E ainda deixando muita coisa fazendo uma aparição toda tosca e desnecessária durante o livro. Você começa a ler achando que vai ser sobre a Glittering Court, e acaba percebendo ainda na metade do livro que ela é um mero detalhe!
Tem tanta, mas tanta coisa errada com esse livro, que eu passei as últimas 150 páginas de 400 sofrendo para ler. Prometi que ia terminar, mas estava odiando! Ficava torcendo para aparecer uma bomba no meio da história e explodir todos os personagens (como eu sou cruel, né? Mas era esse meu nível de tortura para terminar de ler). É inacreditável o que ela fez com o potencial incrível que a sinopse tinha - ou seja, a parte sobre realmente a Glittering Court - e não (SPOILER) garimpar ouro no meio do nada da América (SPOILER).
Aliás, a criação do mundo dela foi extremamente mal feita! Por que não usou os nomes certos? Inglaterra, América, França? Ela trocou todos os nomes dos países e continentes por outros toscos, o que deixou tudo ainda mais ridículo! Até mesmo a Glittering Court, que é extremamente machista, mal foi questionada! E, honestamente, não havia a menor necessidade para isso, não precisava criar outro mundo!
Esse ainda foi outro erro. O livro é divulgado como fantasia, porque o mundo é teoricamente criado. Mas não é realmente fantasia, e sim ficção histórica distorcida.
Gente, foi tudo muito bagunçado mesmo! Personagens nada a ver aparecendo e desaparecendo do nada! Conflitos religiosos superficiais e uma quantidade de cena absurda que me fez ficar rindo, quando claramente a intenção da autora era que eu estivesse "apreensiva". Foi tudo muito ruim mesmo! Até a protagonista, que tinha me conquistado nas primeiras páginas, acabou ficando sem personalidade e sem graça! E o romance, apesar de ter algumas partes boas, foi, na sua maioria, qualquer coisa. Completamente dispensável.
Esse não é o primeiro livro da Richelle Mead! Ela tem séries boas e grandes publicadas, um agente literário e fãs pelo mundo inteiro! E ninguém leu esse livro antes de publicar e disse para ela que, 1) O título não fazia o menor sentido, 2) Parece que ela muda a proposta do livro a cada cem páginas (e muda completamente!) e, mais importante, 3) Dá pra ver que ela não tinha a menor ideia do que estava fazendo?
Como um livro tão sem noção como esse foi publicado?
Dei uma estrela e meia, mas aviso: foi uma estrela a mais do que eu deveria, e só pelo começo! Não indico essa bagunça sem sentido para absolutamente ninguém, mas, se você quer se arriscar, pare assim que começar a desandar! Não vale a pena! Vai ler um resumo na internet, que você vai entender do que eu estou falando!

Aliás, este livro faz parte de uma trilogia, em que cada livro vai seguir a história de uma das garotas que dividia quarto com ela. Por isso, a autora fez questão de deixar várias pontas soltas (e, quando eu falo soltas, são soltas mesmo! São buracos que você não consegue adivinhar como serão preenchidos até o próximo livro), como uma estratégia de marketing. Até a página 250, mais ou menos, eu ainda queria ler os próximos, por pura curiosidade. Agora, me recuso.
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