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RESENHA: Trilogia Jovens de Elite (LU, Marie)

  • Foto do escritor: Laura Machado
    Laura Machado
  • 29 de abr. de 2017
  • 4 min de leitura

Meu primeiro interesse por Jovens de Elite veio da foto que uma amiga me mandou da página de Agradecimentos dele. Nela, Marie Lu, a autora, explica sobre como conseguiu escrever a história, sobre não estar funcionando no começo e a agente dela dar a ideia de mudar o foco para uma personagem específica. Único problema? A personagem era, teoricamente, uma vilã.

Eu nunca fui muito fã de livros de distopia ou de fantasia. Minha impressão de livros assim é que os personagens têm pouco espaço para personalidades com as quais eu pudesse me identificar. Eles vivem em mundos muito distintos e com problemas bem maiores que os meus. Depois de ler A Rainha Vermelha, fiquei com a impressão de que era impossível desenvolver um personagem bem nesse meio.

Mas aí eu li Jovens de Elite. E percebi que o problema eram os outros autores.


O livro fala de Adelina é uma das sobreviventes de uma febre que atacou seu mundo uma década atrás. Esses sobreviventes têm marcas, cicatrizes, como a que ela tem no lugar do seu olho esquerdo, além de cores de cabelo e olhos estranhas (o dela é cinza, que muda de tonalidade conforme suas emoções). Mas alguns deles também têm poderes especiais. Esses são chamados de Jovens de Elite. A história é contada como uma jornada do herói - ou melhor, de uma anti-heroína, - que descobre seus poderes sem querer, depois passa por muito treinamento para os controlar e vai chegando perto de todo seu potencial.

Mesmo não sendo dos meus gêneros favoritos, minha vontade de ler esse livro veio por ele focar teoricamente na vilã. Eu já estava louca atrás de uma personagem feminina com defeitos - tanto físicos, quanto de personalidade, - e minha vontade foi completamente saciada pela Adelina. Ela não é realmente má, mas é a anti-heroína perfeita. Ela tem defeitos, fraquezas e sucessos. Ela questiona suas próprias vontades, seu gosto por vingança, ainda que não os assuma tão completamente de primeira. E o melhor: este livro é só o começo de seu desenvolvimento.

Mas essa é minha parte preferida! Como dá para ver que o primeiro livro realmente é só o começo. Adelina vai melhorando a cada capítulo, vai mudando, amadurecendo de um jeito realmente incrível! E toda a evolução dela desde o primeiro capítulo só me fez ficar imaginando no quanto ela ia mudar nos próximos livros!

Era isso que estava faltando nos livros de YA que eu lia. Personagens humanos, com defeitos, que não eram completamente bons, nem completamente maus, se desenvolvendo e amadurecendo com os acontecimentos. Marie Lu faz isso maravilhosamente. Cada um dos personagens do livro é completo, profundo e foge de todos os padrões e estereótipos! Fantasia nunca vai ser um gênero favorito meu, sempre vou me sentir um pouco deslocada lendo livros assim, mas leria qualquer coisa dela - só pelos personagens!

Você vai se surpreender! Com os acontecimentos, com a Adelina, com toda a complexidade do mundo que a autora criou! Eu acabei o livro com a impressão de que existem milhares de segredos ainda a serem revelados, pontas propositalmente soltas, como se a autora estivesse me desafiando a correr atrás delas para desvendá-las! O livro faz parte de uma trilogia, mas tenho certeza de que Marie Lu conseguiria desenvolver uma série enorme nesse mundo, senão outras trilogias!

Minha nota para toda a trilogia é cinco, porque não consigo dar mais!




Editado: Já li o segundo e o terceiro livro da trilogia e posso dizer que fica cada vez melhor! Depois de terminar o segundo, Sociedade da Rosa, me arrependi de ter dado nota cinco para o primeiro - porque o segundo é ainda melhor e eu queria poder dar nota dez! A evolução da Adelina é ainda maior nele e os acontecimentos são ainda mais emocionantes! Este é meu livro favorito da trilogia.


Mas o terceiro, Estrela da Meia-Noite, na verdade, mexeu muito comigo! O final me destruiu, e eu só percebi o quanto tinha me apagado a todos os personagens quando vi que a história tinha acabado! Os três livros são perfeitos e eu não mudaria nada neles!


E olha que eu tinha expectativas ainda maiores para o terceiro livro, já que tinha amado os dois primeiros. Mas, de algum jeito, a Marie Lu conseguiu superar absolutamente todas e acabar essa história do jeito mais perfeito possível, me deixando completamente quebrada. Aliás, de coração partido. Não sei o que vou fazer da minha vida agora. Marie Lu é realmente incrível. Conseguiu levar essa série desde o começo com muita maestria, sem se perder por nem um segundo. Os personagens são maravilhosos, profundos e humanos, ao mesmo tempo que extraordinários. E nenhum dos acontecimentos me pareceu previsível. O terceiro livro, diferente dos outros da trilogia, realmente tem a sensação de que é o final. Mas foi o final perfeito. E Marie Lu merece muito mais reconhecimento do que ela recebe hoje em dia. Todo mundo deveria ler essa trilogia única e incrível. Vou guardá-la para sempre em meu coração, junto dos personagens que eu amo tanto. É tão difícil eu me conectar assim com um livro ou uma história, mas esta vai ser sempre um dos meus amores. Tudo que eu posso fazer agora é agradecer Marie Lu para sempre pela chance de poder ler essa história. E nunca vou conseguir agradecer o suficiente!


E, sim, tem bem mais realeza no segundo e no terceiro livro! Mas de um jeito bastante fantástico, como a história pede.


Quem aqui já leu? Quero saber as opiniões de vocês!

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